quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sessão Obsessões- A paixão do homem 2

Não é bem uma teoria, queridos interlocutores. É apenas uma intuição.
É simplificar demais o homem apaixonado pensar que seus motivos resumem-se aos impulsos filhos do feromônio, aos hormônios que podem ser despertados apenas por combinações involuntárias de momentos físicos deterministas, fascistas e sem imaginação, se é que me faço entender.
Existe mais de espírito que água no suor.
A paixão é sina. Como os hipocondríacos, os superdotados, os médiuns e os assassinos, os apaixonados são uma espécie de falha na fôrma do bom comportamento geral.
(Os loucos são espiões do bom senso, não são do mesmo time, fica pra próxima.)
Não é preciso, portanto, encontrar um ser perfeito para apaixonar-se.
Os apaixonados têm poucas escolhas durante a vida. Eles são quase funcionários públicos da emoção coletiva, assim como os poetas dão vazão as sub-versões mais íntimas de um povo. Logo, a cada seis meses é preciso bater um novo ponto. Mesmo que ninguém, além do próprio apaixonado, saiba disso.

5 comentários:

Ana Carolina disse...

o grande problema em ser funcionário público é que as vezes se falta, se tem feriados e se esquece por que estava ali em primeiro lugar.
Gostei mt da sua intuiçao, que nao deixa de ser uma teoria, pois ela deriva daquilo que temos a sensaçao de ser verdade.
;D
obrigada pela visita.
bjs

Danilo Sorato disse...

Muito interessante. Uma definição ou intuição que comparto.

Mas me pergunto, como acreditar que devemos bater um ponto a cada seis meses, se somos educados para um ponto?

... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
... disse...

funcionário público da emoção foi boa. Ainda bem que com concursos públicos aos montes eles não são mais velhos chatos de óculos. Ah, existe outra categoria tb: Burocratas do Amor!

Catatau Azul disse...

e o anestesista onde é que entra nisso!? rsrsrsrsr