O lugar mais seguro
de qualquer lugar
é o canto escuro, sem pranto
nem muro,
do balcão do bar.
domingo, 30 de agosto de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Finura
Quando sinto saudade
não digo bom dia.
Em dias normais eu diria.
Mas em tais abismos,
tecidos de ternura,
prefiro doenças sem cura.
Prefiro fingir estar vivo
quando já pereço em desertos
por querer-te lisa e logo
e linda, por perto.
Por ver-te em sonhos
e ser pesadelo
ao não te sentir em meus pêlos.
Quando digo "saudade"
não é poesia.
Em linhas normais poderia.
Mas trago nas mãos
o sem porto da alma
que brinca de pira na palma.
Que quica querendo mudar
mas não chega nem chama
e dorme ao sol e ao som
de seu drama.
Coisas de peito cansado.
Sem pisos, sem telhas, sem abas, sem chão.
Que não tem como ter educação.
não digo bom dia.
Em dias normais eu diria.
Mas em tais abismos,
tecidos de ternura,
prefiro doenças sem cura.
Prefiro fingir estar vivo
quando já pereço em desertos
por querer-te lisa e logo
e linda, por perto.
Por ver-te em sonhos
e ser pesadelo
ao não te sentir em meus pêlos.
Quando digo "saudade"
não é poesia.
Em linhas normais poderia.
Mas trago nas mãos
o sem porto da alma
que brinca de pira na palma.
Que quica querendo mudar
mas não chega nem chama
e dorme ao sol e ao som
de seu drama.
Coisas de peito cansado.
Sem pisos, sem telhas, sem abas, sem chão.
Que não tem como ter educação.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Pobres Tímpanos Meus
vão dizer depois que era melhor ter cedido mais um pouco
ou ao menos esperar o cacto murchar antes das mãos do moleque.
vão pôr a culpa no tempo que me foi colocar jovem nos anos 2000.
vão tentar encher de pesos minha parca consciência e soletrar o futuro
em planilhas, apostilas, macetinhos de cursinho, vida em diminutivo.
vão consultar o tom de cinza dos pêlos de William Bonner
pra saber sobre o clima antes mesmo de ir dormir.
ontem mesmo ofereciam angústias a domicílio. vi, eu vi, mas não me coube
nas frestras do orçamento, nas arestas sobre os sonhos
sobre o meu chapéu de palha.
vão imaginar cidades de vontades enlatadas: funções devidamente escancaradas.
funções dessas de só interromper quando alguém que realmente quer falar abrir a boca,
dessas de tardes castradas sob calças jeans, dessas de bonecas velhas da irmã mais velha, travesseiros,
talco barla, se me faço entender. vão mover todos os lábios sem cantar.
ou ao menos esperar o cacto murchar antes das mãos do moleque.
vão pôr a culpa no tempo que me foi colocar jovem nos anos 2000.
vão tentar encher de pesos minha parca consciência e soletrar o futuro
em planilhas, apostilas, macetinhos de cursinho, vida em diminutivo.
vão consultar o tom de cinza dos pêlos de William Bonner
pra saber sobre o clima antes mesmo de ir dormir.
ontem mesmo ofereciam angústias a domicílio. vi, eu vi, mas não me coube
nas frestras do orçamento, nas arestas sobre os sonhos
sobre o meu chapéu de palha.
vão imaginar cidades de vontades enlatadas: funções devidamente escancaradas.
funções dessas de só interromper quando alguém que realmente quer falar abrir a boca,
dessas de tardes castradas sob calças jeans, dessas de bonecas velhas da irmã mais velha, travesseiros,
talco barla, se me faço entender. vão mover todos os lábios sem cantar.
elegiazinha
tempos atrás seria miragem
ver este blog ainda de pé,
hoje, com mais de 90 postagens,
sinto que este não é um qualquer
por mais que morra amanhã ou depois
foi bom
que bom, meu bem
ter você aqui.
uma puta barata e cigarros
pra me ouvir.
ver este blog ainda de pé,
hoje, com mais de 90 postagens,
sinto que este não é um qualquer
por mais que morra amanhã ou depois
foi bom
que bom, meu bem
ter você aqui.
uma puta barata e cigarros
pra me ouvir.
sábado, 15 de agosto de 2009
Sem firula
Só de quatro é possível
ver, de fato, o amor.
Como algumas cores do sol
só possíveis do acostamento.
Estou magro é disso.
Querer viver
as coisas de verdade.
Não que eu dê o cu,
mas por você eu dou.
ver, de fato, o amor.
Como algumas cores do sol
só possíveis do acostamento.
Estou magro é disso.
Querer viver
as coisas de verdade.
Não que eu dê o cu,
mas por você eu dou.
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