domingo, 13 de dezembro de 2009

amemos a pele do diabo

amemos a pele do diabo
que habita o subterrâneo de nós
e acendamos velas e janelas
aos arcanjos da vontade
sejamos os demônios da bondade
ao brindarmos aos cílios do desejo
ao lambermos as beiras do abismo
aos bricarmos em cima do cinismo
dancemos nas vidas a menos
pingadas dos medos dos dias
dancemos bem loucos, dancemos
ao menos nas festas mais frias

rimas e rumos traguemos
para enfeitar a estrada
bom nos armarmos de remos
caso a maré venha braba
sejamos o passo na calada
e o cão que pariu o amanhecer
a mão que moldou a escada
e o chão que não pode descer
sejamos o preço do avesso da verdade
sejamos os demônios da bondade
e esqueçamos de morrer

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