quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Terra da Garoa ( que não passa de uma chuvinha moleca)

Hoje é meu último dia de São Paulo. Olho as ruas, os carros, e o céu que desvia do concreto, como alguém que matará a saudade apenas por filmes e comerciais durante muito tempo. Gostei desse lugar. Ouvi alguém falando no rádio que as cidades também tem signo. Belém é de capricórnio, por isso é racional e pessimista; 12 de janeiro. Não sei se acredito, mas São Paulo é de aquário. 25 desse mês. É uma cidade estranha; um clima de desapego, de solidão, de individualidade, mas que de uma hora pra outra pode te dar um dia inteiro de ternura, de paixão, de beleza.
Os grafites nos muros falam muito mais que qualquer livro de história. Vi um, num viaduto, que tinha a cara do Adoniran Barbosa, uma caveira perguntando "ser ou não ser?", e a frase "o grafitte é chato como você". Tudo isso numa só parede. Nessa hora eu entendi que São Paulo era mesmo aquilo ali, não importa o que dizem os moradores de nascença, os taxistas doutores, e os nordestinos com sotaque. O barulho, a grandeza e um certo sorriso de dentes sujos.
Gostei desse lugar.

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